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Vila Ferreira

Chalete

LOCALIZAÇÃO

Estoril, Portugal

TIPO

Moradia, Reabilitação do R/C e Piso 1

ANO

2020-2022

ÁREA

310 m2

FOTOGRAFIA

KEMA studio

O projecto de reabilitação de interiores – do piso térreo e piso 1 –  localiza-se no centro do Estoril, no prédio identificado já no ano 1897 como chalet “Vila Ferreira”.

O espaço pré-existente, alterado pelos vários inquilinos durante o último século, era muito disfuncional devido à compartimentação desatualizada para as necessidades modernas dos novos proprietários. 

O objectivo principal deste projecto era a reorganização espacial dos dois primeiros pisos  – pisos de estar – de maneira a criar espaços mais abertos, acessos mais funcionais e mais organizados, intervindo o menos possível na estrutura existente do prédio. 

Assim, para facilitar a passagem de luz e circulação, e para reforçar a transparência dos pisos, decidimos criar através de demolições pontuais, novos eixos visuais — um no piso térreo, entre a entrada do lado sul e norte da casa, e outro no piso 1 entre o vestíbulo de entrada formal e a sala. Na interseção destes dois eixos, introduzimos novo núcleo da escada, para facilitar o fluxo entre os dois pisos e facilitar a saída directa para os espaços exteriores, criando comunicação vertical e horizontal claras e funcionais.

Para adequar a organização espacial do piso 1 às necessidades dos novos utilizadores decidimos demolir as paredes entre a antiga cozinha e a sala, criando uma sala com kitchenette completamente aberta, preservando ao mesmo tempo a distinção informal entre estes dois espaços através da diferenciação das alturas dos tectos. A abertura na laje, remanescente após remoção da antiga escada em caracol, foi fechada com pavimento em vidro, possibilitando a ligação visual entre a sala e a garrafeira criada no piso de baixo.

A introdução e penetração da luz natural no todo interior da casa era um ponto fundamental deste projecto. Assim o novo núcleo de escada é composto por dois volumes – uma base pesada, revestida em madeira, e uma parte suspensa transparente, que possibilitou a entrada de luz para o piso térreo, que devido ao pé direito muito reduzido, recebe pouca luz natural. Adicionalmente, para possibilitar a entrada de luz natural para o corredor do piso 1 colocámos uma estante semi-transparente sobre a parede da sala de jantar.

Nos interiores foram utilizadas, principalmente, cores muito claras, que refletem luz e que, através de jogo de sombras, acentuam a forma de molduras decorativas, integrando-se no conceito da reinterpretação do ambiente da antiga vila. Ao nível dos pavimentos decidiu-se uniformizar o espaço, introduzindo no piso térreo um pavimento homogéneo em microcimento de cor cinza claro. No piso 1, para criar um ambiente mais confortável e acolhedor, colocámos, sobre a pedra existente, um pavimento em madeira com padrão tradicional. 

Ao longo do projecto, introduzimos alguns momentos contemporâneos de excepção para criar um espaço com a sua própria identidade. A nova ilha da cozinha toma a forma de um volume revestido em pedra granito que desliza sobre a superfície do pilar em betão acabado em tosco. O revestimento em betão natural foi também utilizado na parede da lareira sobre a qual, para quebrar a simetria clássica e reflectir a luz do sol, se colocou uma superfície em espelho. Nos vestíbulos de entrada do piso térreo instalámos, utilizando a  estereotomia contemporânea, um pavimento em mosaico hidráulico tradicional.

As casas de banho integram-se no conceito base reinterpretando a utilização da pedra portuguesa tradicional – Lioz – de forma contemporânea, criando espaços modernos e ao mesmo tempo muito elegantes.

 Como resultado, o projecto é uma obra que deriva de uma reinterpretação moderna da casa tradicional, focada na funcionalidade e conforto, dando origem a um espaço mais aberto, luminoso e penetrado por luz natural.

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